Juros mais altos encarecem a dívida pública, o crédito, os investimentos e afetam o poder de compra das famílias brasileiras
Com a alta da taxa Selic para 13,25% ao ano, anunciada na quarta-feira (29) pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, o Brasil continua a ter o segundo maior juro real do mundo, segundo ranking do site MoneYou.
O juro real é formado, entre outros pontos, pela taxa de juros nominal do país menos a inflação prevista para os próximos 12 meses.
De acordo com o compilado feito pelo os juros reais do país ficaram em 9,18%, só perdendo para o primeiro colocado, a Argentina, com taxa real de 9,36%.
Veja abaixo os 15 países com os maiores juros reais do mundo em uma lista de 40 nações (clique aqui para conferir):
Na última divulgação, em dezembro, o Brasil já ocupava a segunda posição da lista. Fatores como o risco fiscal, o câmbio, a inflação e a frustração com o pacote de corte de gastos anunciado pelo governo pressionaram o fechamento da taxa real de juros, segundo o MoneYou.
Na nova edição do ranking, o destaque é a Argentina, que saltou da 28ª para a 1ª colocação, movimento explicado pelas quedas na taxa de juros e na inflação do país.
Em relação às taxas de juros nominais, ou seja, sem o desconto da inflação, os 15 primeiros da lista são os seguintes:
Com o reajuste promovido ontem pelo Copom, a Selic subiu de 12,25% para 13,25% ao ano. O comunicado divulgado com a decisão antecipa que, caso o cenário de pressões inflacionárias persista, o colegiado pode elevar novamente a taxa em 1 ponto percentual na reunião de março, o que colocaria a Selic em 14,25% ao ano, o mesmo patamar de 2016, quando a inflação estava na casa dos dois dígitos (10,57% ao ano), o que não é o caso agora.
A inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), encerrou 2024 em 4,83% ao ano, um pouco acima do teto da meta de 4,50% definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).
Quais os impactos da alta da Selic na vida do brasileiro e do país?
Efeitos positivos da Selic:
Para analistas, a única saída para que os juros caiam é a expectativa de inflação convergindo mais para a meta, que é de 3% este ano (centro), podendo oscilar entre 1,5% (piso) e 4,5% (teto).
Além disso, o equilíbrio das contas públicas, que tem sido motivo de pressão por parte do mercado financeiro sobre o governo, também precisa dar sinais de melhora.