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Concerto da Orquestra Sinfônica da Paraíba tem homenagens, solo de trombone e músicas juninas
O concerto da Orquestra Sinfônica da Paraíba desta quinta-feira, 12 de junho, terá homenagem ao músico paraibano Radegundis Feitosa, solo de trombo...
09/06/2025 11h26
Por: Redação Fonte: Secom Paraíba

O concerto da Orquestra Sinfônica da Paraíba desta quinta-feira, 12 de junho, terá homenagem ao músico paraibano Radegundis Feitosa, solo de trombone e também xote e baião, comemorando os festejos juninos. É o 4º concerto oficial da temporada 2025, que terá regência do maestro Gustavo de Paco de Gea e participação do trombonista Sabiano Araújo como solista.

A apresentação começa às 20h30, na Sala de Concertos Maestro José Siqueira, no Espaço Cultural. A entrada é gratuita, mas haverá distribuição de ingressos, a partir das 19h, na bilheteria da rampa 4, com limite de dois por pessoa.

Radegundis Feitosa, ex-integrante da OSPB, é um dos grandes nomes da música no Brasil, considerado um dos maiores trombonistas do mundo. Ele faleceu no dia 1º de julho de 2010, vítima de um acidente, quando seguia para uma comemoração na sua cidade natal, Itaporanga, no Sertão paraibano.

O concerto tem início com “Dança Brasileira nº 1”, de Camargo Guarnieri. Em seguida, será a vez da homenagem ao músico Radegundis Feitosa, “Pequeno Concerto para Radega, para trombone e orquestra (Mestre Cabelier, Um Tema Pra Radega e Serginho no Frevo)”, de Rogério Borges, com solo do trombonista Sabiano Araújo.

Na segunda parte do concerto, a orquestra comemora as festas juninas começando com “Suíte Nordestina (Baião, Seresta, Maracatu, Frevo)”; “Seleção Luiz Gonzaga”, do Maestro Duda e “Seleção Brasileira de Xotes”, do Maestro Chiquito.

Em seguida, serão executadas mais duas composições de Rogério Borges: “Paisagem da Varanda – Abertura”, e “Pout Pourri de Flávio José”. Para encerrar o concerto, a orquestra vai tocar “Que Nem Jiló”, música de Luiz Gonzaga, com arranjo de Rogério Borges.

“Teremos um concerto totalmente brasileiro”, disse o maestro Gustavo de Paco. “Primeiro, apresentaremos uma grande obra chamada Dança Brasileira nº 1, do compositor Camargo Guarnieri. É a primeira de três danças sinfônicas escritas especialmente para orquestra sinfônica, com muitos ritmos variados do Brasil, mais especificamente com muita percussão. É muito empolgante”, afirmou.

“Depois, entrando já no clima do Nordeste, teremos justamente como homenageado o querido Radegundis, que foi um colega nosso, além de um exemplo para várias gerações de músicos. Ainda hoje, a palavra dele, a postura dele são sempre lembradas como um grande exemplo para o caminho do musicista nordestino. Nosso amigo, compositor e maestro Rogério Borges escreveu uma peça nova que terá estreia mundial, chamada Pequeno Concerto para Radega. Essa obra será executada pelo solista, nosso primeiro trombone da orquestra, Sabiano Araújo, competentíssimo instrumentista”.

O maestro explicou que o concerto está dividido em três movimentos. “E cada um deles homenageia músicos que faleceram junto com Radegundis. O primeiro, Mestre Cabellier, é uma homenagem a Roberto Ângelo, inspirado na cultura popular, no Bumba Meu Boi, que narra histórias do cotidiano, lendas e tradições populares”, explicou.

“O segundo movimento, Um Tema para a Radega, em homenagem a Radegundis, é uma balada jazzística, que produz uma atmosfera lenta, suave e intimista, com uma harmonia mais elaborada, com melodias emotivas que transmitem sentimento e gratidão. E o terceiro, Serginho no Frevo, homenageia Sérgio Medeiros. É um movimento que demonstra todo o virtuosismo do solista, com andamento rápido, melodia pulsante e brilhante”.

Em seguida, vêm obras de compositores nordestinos. “Teremos duas peças do Maestro Duda. A primeira, Suíte Nordestina, foi escrita especialmente para orquestra e é dividida em quatro movimentos: baião, seresta, maracatu e frevo”, disse o maestro.

“A segunda de Duda é Seleção Luiz Gonzaga, uma coletânea de músicas arranjadas para orquestra sinfônica: Asa Branca, Qui Nem Giló, Juazeiro, Assum Preto e Paraíba. Teremos também um arranjo do Maestro Chiquito, que é uma seleção brasileira de xotes: Riacho do Navio, Cintura Fina, Xote das Meninas, Sabiá e No Meu Pé de Serra”.

O maestro Gustavo destacou também as obras de Rogério Borges. “Ele que fez o Pequeno Concerto de Ravega, e nos enriqueceu com várias composições, entre elas, Paisagem da Varanda. A pedido nosso, Rogério fez uma adaptação de um pout pourri de temas cantados por Flávio José, as mais belas músicas de São João. E ainda teremos mais uma colaboração do Rogério Borges, que é a famosíssima Que Nem Jiló”, finalizou Gustavo de Paco.

O maestro Rogério Borges falou sobre a estreia de duas composições dele para orquestra sinfônica neste concerto. “A primeira, Paisagem da Varanda, tem recordações afetivas de um passado que nunca se extinguiu em mim, da minha infância, das saudades que sinto da minha avó e do meu avô. Procuro demonstrar a leveza da vida no campo, o amor incondicional que nunca termina. Em momentos de melancolia, você se lembra de tudo isso. A vista da varanda é uma metáfora de tudo isso”, explicou.

“O concerto para Radega é uma homenagem ao conterrâneo que abriu portas para diversos itaporangueses que vieram depois dele, com o único sonho de se tornar um grande músico. Neste concerto, pretendo prestar uma homenagem não apenas a ele, mas também a outros dois amigos que já se foram”.

“O movimento Mestre Cabelier é uma homenagem ao trombonista Roberto Ângelo, que integrou a Orquestra Sinfônica da Paraíba e faleceu também no trágico acidente que vitimou Radegundis. Um tema para a Radega é uma balada que expressa com clareza a saudade do nosso grande Radega. E o movimento Serginho no Frevo, homenagem a outro músico itaporanguense, mostra o virtuosismo do solista, o que demonstra ao ouvinte que não teve a oportunidade de conhecer Radega a sua técnica rítmica e o quanto era virtuoso”, ressaltou.

“O Pequeno Concerto para Radega é uma homenagem não só a ele, mas também ao padre José Sinfrônio, o grande mentor de todos os músicos que saíram de Itaporanga para o mundo”, relembrou o compositor.

Para o solista Sabiano Araújo, acima de um grandioso trombonista e professor, Radegundis foi um grande homem, um grande amigo e uma grande referência para além da performance trombonista. “Receber um convite para solar uma obra inédita e ainda sendo em homenagem ao Radega é um grande presente, uma alegria imensa. Agradeço demais ao compositor da obra, o maestro Rogério Borges, como também ao maestro Paco de Gea”, destacou.

“Essa obra, Pequeno Concerto para Radega, além de ser em homenagem ao nosso querido Radegundis Feitosa, recebe em seu primeiro movimento o título de Mestre Cabelier e no terceiro movimento um frevo intitulado Serginho no Frevo, homenagens aos dois queridos trombonistas Roberto Angelo e Sérgio Madeiro. Uma peça dentro de um contexto nordestino, muito bem elaborado. Uma bela obra essa homenagem de Rogério aos queridos trombonistas. Estou ansioso para fazer solar com a maravilhosa OSPB essa obra”, comemorou Sabiano.

O regente

Natural de Buenos Aires, Gustavo de Paco de Gea formou-se no Conservatório Juan José Castro. Atuou como flautista e docente em orquestras argentinas até 1978, quando passou a lecionar Flauta Transversal na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Fundou o Quinteto Latinoamericano de Sopros da UFPB, com apresentações no Brasil e no exterior.

Desde 1980, é primeiro flautista da Orquestra Sinfônica da Paraíba, destacando-se na promoção da música nordestina. Em 1985, assumiu o mesmo posto na Orquestra Sinfônica do Recife e no respectivo quinteto de sopros. Foi professor convidado do Centro de Criatividade Musical de Recife (1996–1997) e preparador da Orquestra Infantil da Paraíba.

Iniciou-se como maestro em 2001, fundando a Orquestra de Câmara Municipal de João Pessoa, onde atuou até 2010. Em 2012, tornou-se maestro da Orquestra Criança Cidadã e, em 2014, maestro assistente da Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa. Rege a Orquestra Sinfônica da UFPB desde 2013 e, em 2022, assumiu a regência da Orquestra Sinfônica da Paraíba. Em 2025, foi convidado a dirigir a Orquestra Filarmónica de Río Negro, na Argentina.

Osolista

Sabiano Araújo (trombone) – É bacharel em Música (performance em trombone) pela Universidade Federal da Paraíba e pós-graduado em Metodologia do Ensino de Artes pela Uninter-SP. Nasceu na cidade do Recife (PE) e iniciou seus estudos musicais na cidade de Itambé (PE).

Teve como seu orientador o Prof. Dr. Radegundis Feitosa (in memoriam). Com formação popular e erudita, fez parte de variados grupos musicais, trabalhos solos e camerísticos e atuou em musicais em hotéis e navios de cruzeiro. Também fez parte da banda da Aviação do Exército Brasileiro em Taubaté (SP).

Em sua trajetória musical além de fazer apresentações em diversos países, já dividiu palco com artistas de grupos famosos como: Raça Negra, Alexandre Pires e Só Pra Contrariar, Nando Cordel, Michael Teló, Bruno do Sorriso Maroto, Wilson Simoninha, Amado Batista, Belo, Léo Magalhães, Rinaldo Viana, Petrúcio Amorim, Tiago Arancan, Zélia Duncan, Zé Ramalho, Pe. Zezinho, Pe. Fábio de Melo, Tenores do Brasil, Margaret Pires, Jorge Durian, Margareth Menezes, Cezar Menoti e Fabiano, entre outros.

Atualmente tem ministrado master classes e realizado solos em concertos em eventos e festivais pelo Brasil. É trombonista da Orquestra Sinfônica da Paraíba (OSPB), do quarteto JPBone, do Sexteto Brassil e também maestro da Sociedade Musical Pedra Preta.

Entrada– A entrada para o concerto é gratuita, mas só terão acesso as pessoas que retirarem o ingresso na bilheteria da rampa 4, que estará aberta às 19h. Os idosos, cadeirantes e demais pessoas com dificuldade de locomoção têm entrada acessível na lateral da Sala de Concertos, ao lado do palco da Praça do Povo. O programa deste concerto estará disponível na bio da página da OSPB no Instagram: @orquestra.ospb.

Serviço

Orquestra Sinfônica da Paraíba

4º Concerto Oficial da Temporada 2025

Regência: Maestro Gustavo de Paco de Gea

Solista: Sabiano Araújo (trombone)

Dia: 12 de junho (quinta-feira)

Hora: 20h30

Local: Sala de Concertos Maestro José Siqueira, Espaço Cultural

Entrada: Gratuita, mas é necessário retirar ingresso na bilheteria a partir das 19h

Foto: Reprodução/Secom Paraíba
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