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O papel do presidente é abrir a porta”, diz Lula na França após projeção de R$ 100 bilhões em investimentos.

O papel do presidente é abrir a porta”, diz Lula na França após projeção de R$ 100 bilhões em investimentos.

07/06/2025 às 16h09
Por: Redação Fonte: Times Brasil
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O papel do presidente é abrir a porta”, diz Lula na França após projeção de R$ 100 bilhões em investimentos.

O papel do presidente é abrir a porta”, diz Lula na França após projeção de R$ 100 bilhões em investimentos.

 

Em viagem à França, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que foram aprofundados os 20 acordos bilaterais do Plano de Ação de Parceria Estratégica Brasil-França nesta manhã de sábado (7) em Paris. Ao todo, quinze grandes empresários franceses que têm negócios no Brasil em setores variados se comprometeram a investir R$ 100 bilhões no país nos próximos anos.

A projeção foi compartilhada pelo presidente de Apex Brasil, Jorge Viana, na tarde desta sexta-feira (6), durante o encerramento do Fórum Empresarial Brasil – França, em Paris.

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O presidente brasileiro acrescentou que o trabalho dele é abrir o diálogo entre os empresários brasileiros e estrangeiros para ampliar os negócios. “O papel do presidente é abrir a porta e dizer para os caras: ‘olha, está aqui as possibilidades, nós produzimos isso, nós oferecemos isso, o que você tem para nos oferecer?’, e fazer negócio. E foi isso que eu fiz aqui na França”, completou.

Após as conversas, Lula ressaltou a importância das viagens internacionais para atrair investimentos ao Brasil em coletiva. “Se a gente somar os investimentos que nós conseguimos na China, se a gente somar os investimentos que nós conseguimos no Japão, nós vamos perceber que nós estamos fazendo aquilo que todo e qualquer presidente da República precisaria fazer pelo Brasil”, afirmou.

A França é a terceira maior origem de investimentos diretos no Brasil. São US$ 66,34 bilhões em estoque. Segundo o Planalto, a estimativa é de que mais de mil empresas francesas atuem no Brasil, com responsabilidade direta pela geração de 500 mil postos de trabalho.

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Lula está na França, na primeira viagem de um chefe de Estado ao país em 13 anos.

Ampliação de investimentos bilaterais

Business France e a ApexBrasil firmaram um acordo para ampliar investimentos bilaterais entre os países, em parceria que prioriza setores como bioeconomia, saúde, tecnologia e transição energética.

Em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, Benoit Trivulce, diretor da Business France, afirmou que a iniciativa busca atrair mais empresas francesas ao Brasil e incentivar negócios brasileiros na França.

Entre as ações, destaca-se um fórum sobre transição energética, marcado para 4 de novembro, no Rio de Janeiro, ligado à COP30. Hoje, a Business France acompanha mais de 400 empresas interessadas no Brasil e já soma 1,3 mil companhias francesas atuando no país.

Helicópteros

Outro projeto discutido entre Lula e o presidente da França, Emmanuel Macron, é o de cooperação para produção de helicópteros na fábrica da empresa brasileira Helibrás, em Itajubá (MG). O ministro das relações exteriores, Mauro Vieira, comentou a iniciativa de usar a planta do Brasil.

“[Os] helicópteros que poderão servir às polícias estaduais, aos governos estaduais, poderão ser empregados pelas agências de saúde e também com objetivos de defesa e controle do meio ambiente. As instalações de Itajubá poderão ser também utilizadas para futuras exportações para outros países da região que tenham interesse”, explicou.

Brasil e França assinaram ainda, na atual viagem, acordos bilaterais de cooperação para o desenvolvimento de vacinas e produtos laboratoriais, envolvendo a Fiocruz e instituições francesas, como o Instituto Pasteur.

Acordo UE-Mercosul

Sobre o acordo do Mercosul com a União Europeia (UE), Lula questionou a tese de que a agricultura francesa seria prejudicada pelo agronegócio brasileiro. Para o presidente, a afirmação não está correta porque existem cotas para exportação de produtos brasileiros.

“Se eles cumprissem a cota, no máximo, os franceses iriam comer dois hambúrgueres [de carne importada do Brasil], em média, por ano. É nada”, disse o presidente, acrescentando que sugeriu ao presidente Macron que os agricultores brasileiros e franceses se reunissem para discutir o assunto.

“Longe de mim querer prejudicar o pequeno agricultor francês. Eu não quero que a gente pare de comparar vinho da França, embora a gente produza vinho”, acrescentou Lula, destacando que a política comercial é uma via mão dupla.

O presidente lembrou ainda que a UE tem 27 países e que o acordo tem que ser coletivo, apesar da resistência francesa. “Eu acho que o Parlamento Europeu aprova o acordo, independentemente de a França querer ou não, porque a França já deu procuração”, finalizou.

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