O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a mostrar confiança na assinatura de um acordo entre Mercosul e União Europeia. “Estou convencido que até eu deixar a presidência do Mercosul nós vamos ter esse acordo assinado, com todo mundo sorrindo”, disse a jornalistas em Paris neste sábado (7).
O Brasil assumiu a presidência rotativa do Mercosul na sexta-feira (6), por seis meses, mas alguns países europeus, sobretudo a França, têm mostrado resistência ao acordo.
Lula disse hoje que propôs a Macron reuniões entre os agricultores brasileiros e franceses, incluindo os pequenos e médios. “Ao invés de antagonismo, a nossa agricultura pequena e média possivelmente tenha muita complementaridade.”
“Longe de mim querer prejudicar o pequeno agricultor francês”, disse Lula. “Não quero que a gente pare de comprar vinho da França, embora a gente produza vinhos, de comprar champanhe, embora a gente produza também, de comprar queijo. Política comercial é uma via de duas mãos.”
Lula ressaltou que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tem procuração para assinar o acordo comercial, independente de a França querer ou não.
“Acho que o Parlamento europeu aprova o acordo. Mas não quero que seja um acordo que as pessoas fiquem de cara feia, porque aí não é acordo”, disse Lula aos jornalistas em Paris neste sábado.
Lula reafirmou que pediu ao presidente da França, Emmanuel Macron, que “abra seu coração ao Brasil” para assinar o acordo comercial entre os blocos. “A França não tem nenhum melhor amigo na América do Sul que o Brasil e o Brasil não tem outro melhor amigo na Europa que não seja a França. Porque dois amigos não podem fazer um acordo?”, questionou Lula. “Se tiver problemas, vamos sentar numa mesa conversar e acabar com isso”, defendeu Lula.
Para Lula, o acordo entre Mercosul e União Europeia seria uma resposta ao presidente Donald Trump. “Vamos mostrar que o multilateralismo vai sobreviver”, defendeu o presidente.
O presidente segue agora para Mônaco e Nice.
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