Saúde Anvisa
Anvisa determina recolhimento de três marcas de ‘café fake’ por uso de substâncias impróprias para consumo.
Anvisa determina recolhimento de três marcas de ‘café fake’ por uso de substâncias impróprias para consumo.
02/06/2025 21h20 Atualizada há 3 dias
Por: Redação Fonte: Agência Extra Globo

Anvisa determina recolhimento de três marcas de ‘café fake’ por uso de substâncias impróprias para consumo.

 

Melissa, Pingo Preto e Oficial são proibidas após fiscalização do Mapa identificar micotoxina produzida por fungos e fraude na rotulagem.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu nesta segunda-feira (2) a fabricação, comercialização, distribuição, propaganda e uso de três marcas de pó para preparo de bebida sabor café, conhecidas popularmente como “café fake”. A medida determina ainda o recolhimento imediato de todos os lotes desses produtos no mercado. As marcas afetadas são Melissa, Pingo Preto e Oficial (Master Blends).

A decisão foi tomada após inspeção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que constatou irregularidades nas condições de produção e composição dos produtos.

De acordo com a análise, as marcas usam matéria-prima imprópria para consumo humano, contaminada com ocratoxina A, uma substância tóxica produzida por fungos. Além disso, foi identificada a presença, acima do limite legal de 1%, de matérias estranhas e impurezas, como cascas e resíduos de cafés, incorretamente rotuladas como “polpa de café” e “café torrado e moído”.

O Mapa também verificou a contaminação no produto final, indicando falhas nas práticas de fabricação, seleção de matérias-primas, produção e controle de qualidade. Além disso, segundo a Anvisa, os rótulos continham informações e imagens que podem confundir o consumidor, levando-o a acreditar que os produtos são café tradicional, o que configura fraude alimentar.

A Anvisa alerta que o consumo desses produtos representa risco à saúde pública e orienta os consumidores a evitarem o uso dessas marcas. As empresas responsáveis devem recolher todos os lotes disponíveis no mercado e interromper imediatamente a fabricação e comercialização.

No fim do mês passado, o Mapa determinou o recolhimento de lotes irregulares das três marcas. As análises laboratoriais detectaram a presença de impurezas e matérias estranhas em quantidade acima do permitido. Também foram identificados níveis elevados de micotoxinas — substâncias tóxicas produzidas por fungos que podem causar danos à saúde.

O que dizem as empresas

Procuradas pelo EXTRA, O Grupo Jurerê, responsável pela marca Pingo Preto, informou que o produto questionado é uma mistura para preparo de bebidas, e não café torrado e moído, como informado pelo Ministério da Agricultura. E que sua produção foi encerrado em janeiro deste ano. A empresa afirma que o item foi produzido com base em regulamentação da Anvisa e acompanhado pela Vigilância Sanitária de Santa Catarina, que validou os ingredientes, o rótulo e o enquadramento legal do produto.

O Grupo também disse que não vê "justificativas no momento para recorrer sendo que o produto já não é mais comercializado". Sobre a presença de toxina no produto, a empresa não respondeu.

A Duas Marias (D.M. Alimentos Ltda.), responsável pela marca Melissa, e a Master Blends, responsável pela marca Oficial, não responderam aos questionamentos até a publicação desta reportagem.