O governo dos Estados Unidos vai estender até 31 de agosto as isenções tarifárias adicionais para determinados produtos importados da China. A decisão foi anunciada pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA, com confirmação da Agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras nesta segunda-feira (2). A agência já atualizou seu sistema para refletir essas mudanças.
Essas isenções fazem parte da “Seção 301″, um conjunto de medidas que visa a pressionar a China em disputas relacionadas à transferência de tecnologia e direitos de propriedade intelectual. A lista de produtos beneficiados inclui peças industriais, itens relacionados à pandemia de covid-19 e equipamentos para fabricação de painéis solares.”
A dinâmica tarifária entre as duas economias globais tem sido marcada por uma série de idas e vindas. Ao final de abril, a China isentou, estrategicamente, algumas tarifas sobre certos produtos fabricados nos EUA, como semicondutores, equipamentos de fabricação de chips, produtos médicos e peças de aviação.
Antes disso, no dia 13 do mesmo mês, a própria China já havia expressado sua visão sobre as isenções tarifárias dos EUA, considerando-as um “pequeno passo” para corrigir o que classificam como uma “prática errada” de imposição de tarifas. As isenções americanas, nesse contexto, abrangiam itens como smartphones, computadores e outros componentes eletrônicos, buscando incentivar a relocalização da produção para os Estados Unidos.
Ambas as situações chegaram a animar o mercado internacional, que já vinha preocupado com as desvalorizações acionárias do atrito que ambos os países vinham nutrindo um contra o outro desde fevereiro deste ano: naquela ocasião, os EUA anunciaram diversas tarifas impostas sobre bens importados da China, que imediatamente retaliou com taxas próprias.
Em comunicado oficial publicado no Federal Register, o USTR destacou: “as exclusões que expirariam em 31 de maio foram prorrogadas até 31 de agosto”. A CBP informou que o sistema tarifário foi atualizado e que as isenções continuam válidas para produtos já cobertos pelas regras anteriores, desde que cumpram as descrições técnicas previstas.
A prorrogação aplica-se a mercadorias que entrarem nos EUA a partir de 1º de junho. Conforme o USTR, a decisão se baseou em análises de especialistas governamentais. “O Representante de Comércio dos EUA pode continuar avaliando novas extensões ou mudanças, conforme necessário”, afirma o aviso.