O mercado de galpões logísticos e industriais em São Paulo subiu mais de 15%, alcançando a marca de R$ 31 em 2024, segundo levantamento feito pela empresa de serviços imobiliários JLL. No geral, o valor do metro quadrado no segmento subiu mais de 10%, alcançando R$ 28.
Além disso, um levantamento, feito pela consultoria imobiliária Binswanger Brazil e divulgado pelo portal E-commerce Brasil, apontou que o mercado de galpões logísticos e industriais encerrou o terceiro trimestre de 2024 com a menor taxa de vacância já registrada no estado de São Paulo, com 8,3%. No segmento de última milha, ou seja, a última etapa do processo de entrega, que vai do galpão ao destinatário, a vacância foi de 7,2%.
De acordo com Thiago Cordeiro, fundador e CEO da GoodStorage, empresa especializada em soluções de armazenagem urbana, a valorização do metro quadrado dos galpões logísticos é resultado de uma combinação entre alta demanda, escassez de terrenos viáveis em grandes centros urbanos e maior sofisticação dos empreendimentos.
“Com a consolidação do conceito de galpão urbano, as empresas passaram a buscar estruturas mais bem localizadas, com tecnologia, segurança e soluções customizadas para distribuição ágil. O aumento nos custos de construção e financiamento também influenciou esse cenário”, afirma Thiago.
Segundo o fundador da GoodStorage, “a logística em conjunto com a armazenagem urbana têm desempenhado um papel cada vez mais estratégico para o funcionamento eficiente de uma cidade tão complexa como São Paulo. Em uma cidade que opera em ritmo acelerado e exige serviços ágeis e conectados, soluções como centros de distribuição urbanos e espaços de armazenagem próximos aos consumidores finais, tornam-se fundamentais para garantir entregas rápidas, reduzir custos com combustíveis e otimizar operações, diminuindo tempo no trânsito e a carga horária em deslocamento”.
No cenário geral, ainda de acordo com o relatório da JLL, o setor alcançou a maior absorção bruta registrada, com mais de 4,3 milhões de m² de área total de galpões ocupada. A marca interfere diretamente na taxa de vacância, que foi de 8,4% - a menor já registrada - e um crescimento de 1,5 pontos percentuais em relação a 2023.
Segundo a pesquisa, os recordes tornam o período o melhor da série histórica. O aumento geral no volume de transações apresentou um crescimento de 62%, ao elevar o estoque de armazéns logísticos de 21 milhões para 34 milhões de m² nos últimos quatro anos. A absorção líquida - saldo entre área total alugada e área total desocupada, ou seja, o crescimento real da ocupação -, em 2024, foi de 2,6 milhões de m².
Cordeiro acredita que os números do mercado de galpões logísticos em 2024 se devem, principalmente, a três fatores. “O bom desempenho do segmento está ligado ao crescimento do e-commerce que, em 2024, foi de 10,5%; à necessidade de descentralização dos estoques para garantir entregas mais rápidas e à consolidação de estratégias de logística urbana mais eficientes e alinhadas com o que a cidade realmente precisa, a fim de se tornar uma smart city”.
Para o empresário, o setor de e-commerce é o principal motor da expansão dos galpões logísticos e urbanos, especialmente após a pandemia. Além disso, indústrias que demandam capilaridade na distribuição, como alimentos e bebidas e varejo em geral, também contribuíram fortemente.
“As operações de marketplaces e a crescente necessidade por armazenagem de curta duração e proximidade com centros urbanos foram determinantes”, acrescenta Cordeiro.
De acordo com o CEO da GoodStorage, o crescimento dos estoques nos últimos quatro anos ampliou a oferta e estimulou a profissionalização do segmento. “Novos projetos, localizados mais próximos às operações e voltados para uma logística mais ágil, impulsionaram o surgimento de modelos híbridos, como de self storage e galpões urbanos, integrando armazenagem inteligente à logística de distribuição”.
O empresário pontua que a possibilidade de espalhar pontos de estoque e distribuição por toda a cidade, reduzindo custos operacionais e aumentando a eficiência da última milha, pode beneficiar diversas empresas no setor de e-commerce, indústrias com operações em centros urbanos e pequenos empreendedores.
“A solução tem como objetivo colaborar com uma praticidade e imediatismo, que permitem o pleno funcionamento de serviços que fazem todo o fluxo diário da população acontecer e possibilita o armazenamento de produtos e/ou itens de forma segura e organizada, sem a necessidade de altos investimentos em galpões próprios”, explica.
Segundo o empresário, o self storage também é um aliado para empresas de todos os portes, funcionando como estoque descentralizado. A presença de espaços para armazenagem dentro do perímetro urbano pode reduzir deslocamentos, minimizar o impacto ambiental e melhorar a eficiência das operações em uma cidade com alta densidade populacional.
“O segmento de galpões logísticos, especialmente os urbanos, é crucial para manter o funcionamento das cadeias de abastecimento em uma cidade do porte de São Paulo, por exemplo. A localização estratégica dos galpões permite atender clientes comerciais e residenciais com mais agilidade, reforçando o papel dessas estruturas na fluidez da logística metropolitana”, aponta o CEO da GoodStorage.
O especialista ressalta que a tendência é que o crescimento da quantidade de galpões venha acompanhado de um perfil mais urbano e sustentável, como mostram os investimentos em unidades mais próximas aos consumidores, com menor impacto ambiental e alto grau de tecnologia.
Para mais informações, basta acessar: goodstorage.com.br/
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