A Polícia Federal (PF) divulgou relatórios que incluem transações financeiras de advogados e empresários, incluindo Nelson Wilians, no contexto da investigação sobre fraudes nos descontos de aposentadorias do INSS. Essas transações, consideradas “atípicas” pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), foram levantadas a partir de movimentações bancárias que foram comunicadas ao órgão.
No entanto, a PF esclareceu que essas movimentações não indicam, necessariamente, atividades ilícitas e não há ligação direta entre os valores e os crimes relacionados ao INSS.
Os relatórios, que somam mais de 400 páginas, revelam movimentações de grandes quantias, incluindo R$ 4,6 bilhões registrados no escritório de Nelson Wilians. Essas movimentações, que ocorreram entre julho de 2019 e julho de 2024, englobam tanto créditos quanto débitos ligados ao escritório de advocacia de Wilians, bem como a uma empresa de investimentos associada a ele.
Contudo, a Polícia Federal não encontrou nenhuma evidência de que essas transações estejam relacionadas à fraude investigada. A apuração está focada em analisar possíveis conexões entre essas movimentações e o esquema de descontos indevidos no INSS, mas até o momento, não foram apresentadas provas claras que vinculem Wilians a essas práticas fraudulentas.
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Em resposta aos relatórios do Coaf, Nelson Wilians afirmou que as transações mencionadas são legítimas e não têm relação com a fraude no INSS. O advogado esclareceu que os pagamentos a Maurício Camisotti, outro nome citado nos relatórios, se referem à compra de um imóvel e a um negócio de natureza privada.
Wilians destacou que as transações realizadas no âmbito de seu escritório de advocacia envolvem a representação de mais de 20 mil empresas em ações judiciais e não têm vínculo com a investigação em andamento. Ele também enfatizou que a exposição dos dados no relatório poderia gerar interpretações equivocadas e prejudicar a imagem de indivíduos e empresas sem qualquer conexão com os fatos apurados.
Além de Nelson Wilians, outros advogados e empresários, como Willer Tomaz de Souza e Paulo Octávio, também tiveram suas transações bancárias citadas nos relatórios. Willer Tomaz, por exemplo, foi mencionado em movimentações de R$ 45,5 milhões registradas entre maio e novembro de 2021.
A PF não encontrou, porém, nenhuma relação entre essas movimentações e o esquema de fraudes no INSS, conforme afirmado no relatório. Willer Tomaz refutou qualquer envolvimento com o caso e ressaltou que todas as suas transações são legais e declaradas.
A Polícia Federal segue com a apuração do caso, enquanto os documentos divulgados não associam diretamente as transações financeiras com os crimes investigados. A investigação continua com foco na análise das conexões possíveis entre as movimentações financeiras e os esquemas de fraude envolvendo o INSS, mas até o momento, as transações de Nelson Wilians e dos outros citados não foram comprovadamente ligadas a essas fraudes.
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