O Hamas anunciou no sábado (31) que enviou sua resposta a uma proposta de cessar-fogo do enviado dos EUA, Steve Witkoff, afirmando que 10 reféns vivos seriam libertados de Gaza como parte do acordo.
A Casa Branca informou que a proposta mais recente foi aprovada previamente por Israel, que na sexta-feira (30) alertou o Hamas para aceitar o acordo e liberar os reféns “ou ser aniquilado”.
O grupo militante palestino não disse explicitamente que aceitou a versão da proposta recebida na quinta-feira (29), que supostamente incluía também a libertação de 10 reféns vivos e uma trégua de pelo menos 60 dias.
Em comunicado no sábado (31), o Hamas afirmou ter “enviado sua resposta à última proposta do enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, às partes mediadoras”.
“Como parte deste acordo, 10 prisioneiros vivos da ocupação, mantidos pela resistência, serão libertados, além do retorno de 18 corpos, em troca de um número acordado de prisioneiros palestinos”, acrescentou.
Um avanço nas negociações tem sido difícil desde que um cessar-fogo anterior desmoronou em 18 de março com a retomada das operações israelenses.
Mas o presidente dos EUA, Donald Trump, disse na sexta-feira (30) que as partes estavam “muito próximas de um acordo”.
O Hamas insiste que qualquer acordo deve traçar um caminho para o fim permanente da guerra, algo que Israel tem resistido.
Duas fontes próximas às negociações disseram que a proposta de Witkoff envolvia uma trégua de 60 dias, potencialmente estendível para 70 dias.
Isso veria a libertação de cinco reféns vivos e nove corpos em troca de um número de prisioneiros palestinos durante a primeira semana, seguido por uma segunda troca na semana seguinte, disseram as fontes.
Dos 251 reféns capturados durante o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra, 57 permanecem em Gaza, incluindo 34 que, segundo o exército israelense, estão mortos.
“Após 603 dias de guerra, queremos lembrar a todos que a guerra é um meio, não um fim em si mesma”, disse o principal grupo que representa as famílias dos reféns em um comunicado.
A sociedade israelense estava “unida em torno de um consenso”, trazer todos os reféns restantes para casa “mesmo ao custo de terminar a guerra”, acrescentou o Fórum de Famílias de Reféns e Desaparecidos.
Israel, no entanto, insiste na necessidade de destruir o Hamas e recentemente intensificou sua campanha em Gaza na tentativa de derrotar o grupo.
Mas o país tem enfrentado crescentes críticas internacionais devido à situação humanitária crítica no território palestino, onde as Nações Unidas recentemente alertaram que toda a população corre risco de fome.
Nesta semana, um porta-voz da agência humanitária da ONU chamou o território de “o lugar mais faminto do mundo”.
A ajuda está chegando a conta-gotas em Gaza após a suspensão parcial por Israel de um bloqueio de mais de dois meses, e a ONU relatou recentemente saques em seus caminhões e armazéns.
O Programa Mundial de Alimentos pediu a Israel “para que maiores volumes de assistência alimentar entrem em Gaza mais rapidamente”, dizendo que o desespero estava “contribuindo para o aumento da insegurança”.
O ministério da saúde em Gaza, administrado pelo Hamas, disse no sábado (31) que pelo menos 4.117 pessoas foram mortas no território desde que Israel retomou sua ofensiva em 18 de março, elevando o total de mortos na guerra para 54.381, em sua maioria civis.
O ataque do Hamas a Israel resultou na morte de 1.218 pessoas, principalmente civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais.
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