Na época da contratação em Gaúcha do Norte, a prefeitura e a empresa alegaram que o valor estava de acordo com os preços de mercado e justificaram os altos custos logísticos devido às más condições das estradas e à necessidade de deslocamento de dois jatos, uma carreta e um ônibus para transportar o artista, instrumentos e equipe.

No entanto, o MP-MT não considerou as justificativas adequadas. Para o órgão, "devido às necessidades básicas da população, que enfrenta uma carência crônica na prestação de serviços básicos, a festividade deve se adequar às idiossincrasias econômicas da cidade, sendo certo que a realização do show contestado, que representam um custo de R$ 750 mil afronta os princípios da legalidade, moralidade, eficiência, proporcionalidade e razoabilidade". 

Continua após a publicidade

O MP-MT destacou que um relatório de inteligência mostrou que o valor do contrato estava significativamente acima do pago por shows semelhantes do artista no estado entre 2022 e 2023, cujos cachês variaram entre R$ 380 mil e R$ 550 mil. A ação considerou incompatível que um município com pouco mais de 8 mil habitantes e graves carências estruturais contratasse um artista por um cachê desproporcional.

Outras atrações em Itiruçu

Além de Leonardo, a programação de São Pedro em Itiruçu contará com outros artistas de renome. O cantor Zezo, por exemplo, foi contratado por R$ 400 mil, também de acordo com licitação do Diário Oficial do município no dia 14 de maio. Somados, os cachês apenas dessas duas atrações totalizam R$ 1,15 milhão, superando em mais de duas vezes o valor gasto em 2024.