Saúde, educação, transporte, infraestrutura, cultura, esporte, entre outros temas fundamentais para o desenvolvimento de qualquer cidade, estiveram no foco dos moradores de 15 localidades da região do Petrolar que participaram da primeira Oficina do Planejamento Participativo de Alagoinhas. O encontro, que ocorreu na noite desta segunda-feira, 12, no espaço Cely Rocha, marcou o início de um ciclo de 14 oficinas que serão realizadas na sede e na zona rural com o objetivo de envolver a comunidade na construção coletiva dos principais instrumentos de planejamento e orçamento do município: a Lei Orçamentária Anual (LOA), o Plano Plurianual (PPA) e o Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal (PDDM).
A metodologia adotada nas oficinas segue a abordagem da Árvore de Problemas e Árvore das Soluções, que promove uma análise das principais demandas locais. Durante o encontro, os participantes foram divididos em quatro grupos, cada um destinado a tratar de um eixo temático estratégico. Após discussões e sugestões que indicaram os desafios da área onde moram, cada grupo identificou um problema, que considerou preferencial e com maior necessidade de solução, e propôs uma solução correspondente. Os grupos apresentaram as propostas escolhidas e, por meio de votação, a plenária elegeu a prioridade da região do Petrolar, que será incorporada nas definições da LOA 2026.
A proposta prioritária escolhida pelos moradores foi relacionada à saúde. Eles solicitaram a ampliação da área de cobertura de saúde, contratação de mais médicos, oferta de formação continuada para profissionais de saúde, ampliação da cota de marcação de exames, aumento da quantidade de medicamentos distribuídos e humanização do atendimento em saúde.
Flávia Barbosa, assessora do gabinete do vice-prefeito, explicou que as demais proposições feitas não serão descartadas, mas sim, incorporadas no PPA ou no PDDM, já que as oficinas trabalham com horizontes de um, quatro e 10 anos.
Participação popular
Elisete Portugal, presidente da Associação de Moradores do Riacho do Mel, participou do grupo que discutiu o desenvolvimento econômico sustentável de Alagoinhas. Cidadã ativa no ambiente político do município e do Estado, Elisete considera a oficina “um instrumento muito importante para definir as políticas efetivas da cidade, que dá autonomia à população para que ela tome decisões e acompanhe, com transparência, onde os recursos que são dos cidadãos estão sendo investidos”. Orgulhosa de sua atuação, ela contou que muitas conquistas do Riacho do Mel, como abastecimento de água e iluminação pública, foram resultado da participação popular na elaboração de orçamento do município.
Já Ana Lopes, representante da Associação de Oncologia de Alagoinhas, chegou à oficina disposta a propor soluções para questões ligadas à educação, à saúde e ao transporte, temas que considera dignos de maior atenção do poder público. Moradora do Parque Verde, Ana disse ser fundamental que a população se sinta à vontade para dizer o que pensa, o que precisa, sentindo a gestão perto de si. “O gestor é responsável por ouvir a voz do povo. Não se constrói nada ‘atrás das cortinas’. Se o povo não participa, não dá opiniões, é mais difícil realizar aquilo que vai beneficiar verdadeiramente a todos. É melhor quando esse processo é aberto e permite a discussão”, afirmou.
O prefeito Gustavo Carmo destacou a importância da iniciativa e agradeceu a participação e a confiança dos cidadãos que estiveram presentes. “Sabemos que as políticas públicas prioritárias da nossa cidade têm que vir, obviamente, do processo de escuta da população. Estamos comprometidos em ouví-la e trabalhar juntos para atender às suas necessidades e expectativas, e para entregar o que, de fato, elamerece”, disse.
“Hoje, a sociedade não aceita a democracia somente representativa; a sociedade quer ser parte do processo. Essas oficinas vão extrair propostas e soluções de quem mais conhece a região, que são as pessoas que vivem nela”, ressaltou o vice-prefeito Luciano Sérgio, cujo gabinete é responsável pela coordenação executiva do Plano Diretor.
O superintendente de Participação Popular, Tárcio Mota, setor encarregado do Orçamento Participativo, lembrou que a democracia prevê a participação direta do cidadão na definição do que é prioritário. “Cada munícipe, que é quem paga pelos serviços prestados, deve ter a oportunidade de definir para onde vai o recurso público. Essa participação é muito cara para a cidadania e uma oportunidade única para quem vive em Alagoinhas”, afirmou.
Conselho Municipal do Orçamento Participativo
Nas oficinas, cada uma das 14 regionais deve eleger dois representantes para formarem o Conselho Municipal do Orçamento Participativo que se reunirá mensalmente para monitorar e acompanhar as obras e projetos que foram escolhidos pela maioria da comunidade. Maria das Graças Santos e Elisete Portugal foram eleitas delegadas da região do Petrolar para compor o Conselho.
Programação
As oficinas de planejamento participativo são uma estratégia da gestão municipal para promover a cidadania ativa e a construção coletiva de políticas públicas. Até o dia 16 de junho, outros encontros serão realizadas em diferentes localidades, garantindo que todos os cidadãos tenham a oportunidade de contribuir para o desenvolvimento de Alagoinhas.
Confira as datas das oficinas em cada região:
14 de maio – 2ª OPP REGIÃO DE ALAGOINHAS VELHA
19 de maio- 3ª OPP REGIÃO DE KENNEDY
21 de maio- 4ª OPP REGIÃO DE BARREIRO
25 de maio – 5ª OPP REGIÃO DE NARANDIBA
26 de maio – 6ª OPP REGIÃO RUA DO CATU
28 de maio – 7ª OPP REGIÃO DE SANTA IZABEL
02 de junho – 8ª OPP REGIÃO SANTA TEREZINHA
03 de junho – 9ª OPP REGIÃO MANGALÔ
08 de junho – 10ª OPP REGIÃO BOA UNIÃO
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