Presidente do Brasil está na capital russa para a comemoração do Dia da Vitória, que celebra rendição dos nazistas na Segunda Guerra; reunião bilateral também abordou a guerra na Ucrânia.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta sexta-feira (9), durante encontro no Kremlin, o fortalecimento da “parceria estratégica” entre Brasil e Rússia. A reunião com o presidente russo Vladimir Putin ocorreu no contexto das comemorações do Dia da Vitória, que celebra o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa. “Esta minha visita aqui é para estreitar e refazer com muito mais força a nossa construção de parceria estratégica”, afirmou Lula, que destacou o interesse brasileiro em cooperar com a Rússia nas áreas de defesa, espaço, ciência, tecnologia, educação e energia.
A visita marca o primeiro encontro presencial entre Lula e Putin desde o retorno do brasileiro à Presidência. O presidente russo, alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional, tem evitado viagens a países signatários do tratado por risco de ser detido. A reunião bilateral também abordou a guerra na Ucrânia. Segundo diplomatas brasileiros, o encontro foi uma oportunidade para Lula retomar o debate sobre alternativas de paz, após tentativas frustradas de mediação ao lado da China.
Putin elogiou o papel do Brasil nas relações internacionais e afirmou que os dois países “conseguiram trabalhar muito para fortalecer as relações” nos últimos anos. Além da pauta bilateral, Lula criticou as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos, sob o governo de Donald Trump. “Essa decisão joga por terra a grande ideia do livre comércio, do fortalecimento do multilateralismo e, muitas vezes, o respeito à soberania dos países”, disse o presidente brasileiro.
Lula participou na noite de quinta-feira (8) de um jantar com Putin e outros líderes estrangeiros em Moscou, incluindo o presidente da China, Xi Jinping. Também estiveram presentes Nicolás Maduro (Venezuela), Alexander Lukashenko (Belarus) e Miguel Díaz-Canel (Cuba), líderes de regimes autoritários próximos ao Kremlin.
Mais de 20 chefes de Estado participam das celebrações em Moscou, em um momento em que a Rússia busca reforçar alianças com países fora do eixo ocidental, isolada pelas sanções desde o início da guerra na Ucrânia, em 2022. O desfile militar na Praça Vermelha ocorre sob fortes medidas de segurança, após ataques de drones atribuídos à Ucrânia. O espaço aéreo da capital russa foi temporariamente fechado nesta semana.