Papa Leão XIV é acusado de acobertar abusos sexuais de padres nos EUA e no Peru.
Novo líder da Igreja Católica é envolvido em polêmicas de proteção a padres acusados de abuso.
O recém-eleito Papa Leão XIV enfrenta acusações de ter acobertado casos de abuso sexual cometidos por padres nos Estados Unidos e no Peru. As denúncias envolvem sua atuação como líder da Ordem de Santo Agostinho em Chicago, nos anos 1990, e como bispo da diocese de Chiclayo, no Peru, entre 2015 e 2023.
Nos Estados Unidos, o então religioso Robert Prevost, nome secular de Leão XIV, abrigou o padre James Ray em uma residência da ordem em Chicago, próxima a uma escola administrada pela Igreja Católica. Ray já havia sido acusado de abuso sexual de crianças e estava proibido pela Igreja de ter contato com fiéis. No entanto, a escola não foi informada sobre sua presença na residência religiosa.
Em resposta às críticas na época, a Ordem de Santo Agostinho afirmou que Ray foi monitorado enquanto estava hospedado. Em 2002, após a Conferência Episcopal dos EUA adotar regras mais rígidas para lidar com religiosos acusados de abusos, o padre foi transferido para outra residência.
A polêmica não impediu a ascensão de Prevost, que se tornou líder dos agostinianos nos EUA em 2001, cargo que ocupou até 2007. Posteriormente, ao retornar ao Peru, novas acusações surgiram. Três freiras peruanas relataram que o atual papa ignorou denúncias de abuso sexual feitas contra dois padres da diocese de Chiclayo.
Na época, a diocese negou qualquer acobertamento e afirmou que Prevost orientou as religiosas a apresentarem queixa à polícia. O processo canônico não avançou porque o Judiciário peruano arquivou o caso, alegando prescrição — o prazo legal para julgar os fatos havia expirado.
Além disso, o canal peruano TV América revelou que Leão XIV teria arquivado denúncias contra dois padres peruanos acusados de abusar de três meninas em uma casa paroquial da diocese. A gestão de Prevost na diocese agora é alvo de questionamentos, à medida que mais detalhes sobre os casos emergem.
O Vaticano não se pronunciou oficialmente sobre as acusações que envolvem o novo papa.