O Ministro das Finanças russo apela ao “ajustamento das despesas às novas realidades”. Embora o padrão de vida dos russos esteja em declínio, o Kremlin quer manter os investimentos militares.
De acordo com um relatório recente do Centro ucraniano de combate à desinformação, divulgado na segunda-feira, 28 de abril, por meio de canais como o Telegram, a administração russa está se preparando para um impacto significativo nas receitas do orçamento nacional e, consequentemente, uma deterioração no padrão de vida da população.
O documento revela que durante uma reunião o Ministério das Finanças admitiu que a crise no mercado de petróleo, exacerbada pelo conflito contínuo na Ucrânia, obriga o país a rever suas despesas. O ministro das finanças, Anton Siluanow, destacou: “Precisamos ajustar nossos gastos às novas realidades”.
Além disso, ele afirmou: “Sim, teremos que reavaliar nossas expectativas em várias áreas se quisermos maximizar a eficiência de cada rublo do orçamento”.
Projeções indicam que as receitas orçamentárias da Rússia enfrentarão uma queda considerável este ano, impulsionada pela diminuição dos preços do petróleo e pelas sanções impostas pelo Ocidente.
Em março, as receitas provenientes do setor de petróleo e gás já haviam apresentado uma redução de 17%, com estimativas apontando para um declínio total de 22% até o final de abril.
No entanto, as despesas militares da Rússia estão projetadas para alcançar 149 bilhões de dólares em 2024, representando 7,1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
Este valor representa um aumento de 38% em relação a 2023. Os gastos militares devem corresponder a cerca de 19% das despesas totais do governo.
Apesar da expectativa de que a queda nos preços do petróleo leve a uma significativa diminuição no nível de vida da população russa, o Kremlin permanece firme em priorizar os pagamentos aos contratados envolvidos na guerra de invasão da Ucrânia e em sustentar os investimentos na produção bélica.
O relatório ucraniano conclui afirmando que “a Rússia não tem intenção de encerrar a guerra, mas continua a sacrificar seus próprios cidadãos”.