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China exige fim de tarifas e nega negociações com EUA: “Não tem fundamento”.
China exige fim de tarifas e nega negociações com EUA: “Não tem fundamento”.
24/04/2025 06h53
Por: Redação Fonte: infomoney

China exige fim de tarifas e nega negociações com EUA: “Não tem fundamento”.

 

Pequim afirma que não há tratativas em curso e condiciona retomada do diálogo ao fim das tarifas impostas por Washington.

A China afirmou nesta quinta-feira (24) que não há negociações em andamento com os Estados Unidos sobre tarifas, apesar de sinais recentes da Casa Branca de que poderia haver um alívio nas tensões comerciais. Segundo o Ministério do Comércio chinês, qualquer informação sobre progresso em conversas bilaterais “não tem fundamento”.

“O momento não conta com negociações sobre economia e comércio entre China e EUA”, disse o porta-voz da pasta, He Yadong, em coletiva à imprensa em Pequim. Ele reiterou que, para qualquer avanço, os EUA devem cancelar todas as tarifas unilaterais impostas a produtos chineses.

A declaração contraria o tom adotado nesta semana pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que disse que “tudo está ativo” ao ser questionado sobre interações com Pequim. O republicano também afirmou que a China “vai ficar bem” após o início das conversas — que, segundo os chineses, ainda não ocorrem.

Atualmente, os EUA aplicam tarifas de até 245% sobre produtos chineses, medida adotada no início do mês como parte do recrudescimento das políticas comerciais da gestão Trump. Em resposta, Pequim anunciou novas tarifas e restringiu exportações de minerais estratégicos aos americanos.

Além da revogação das tarifas, autoridades chinesas apontaram outras condições para retomar o diálogo, como o respeito mútuo, a nomeação de um interlocutor específico por parte de Washington e maior consistência nas posições americanas, incluindo temas como sanções e Taiwan.

O governo chinês também tem alertado países terceiros a não firmarem acordos com os EUA que prejudiquem seus interesses. A postura mais firme de Pequim reflete uma mudança estratégica diante da volatilidade da política externa americana, segundo analistas citados pelas agências.

O Banco do Povo da China também se manifestou sobre os riscos da escalada nas tensões. Durante reunião do G20 em Washington, o presidente da instituição, Pan Gongsheng, afirmou que os atritos colocam em xeque a confiança no sistema econômico global. “Todos devem cooperar para evitar um cenário de alta fricção e baixa confiança”, declarou, segundo a emissora estatal CCTV.

A delegação chinesa participa nesta semana dos encontros do FMI e do Banco Mundial na capital americana, onde estão representantes dos EUA, União Europeia e outros países do G20. Até o momento, não há encontros bilaterais anunciados entre chineses e americanos.

(com China Daily e CNBC)