Giuliana Omena revelou que deixou o país com medo do suspeito e relatou episódios de agressões nas redes sociais.
A Polícia Civil de Alagoas (PC/AL) vai investigar a denúncia feita pela empresária alagoana Giuliana Omena, de 33 anos, sobre as agressões físicas, psicológicas e patrimoniais que sofreu do ex-marido. A mulher usou as redes sociais, nessa terça-feira (22), para relatar que viveu um relacionamento abusivo por 16 anos.
De acordo com a delegada Ana Luiza Nogueira, que está à frente do caso, já foi agendada a oitiva da vítima, que não pôde ser realizada anteriormente porque Giuliana estava fora do país.
Agora que ela retornou, seguimos com o trâmite da investigação. É um processo policial, e precisamos buscar provas robustas que fortaleçam o inquérito para uma eventual responsabilização penal do agressor no âmbito do Poder Judiciário”, explicou a autoridade policial.
Nas redes sociais, Giuliana ressaltou que, por muito tempo, acreditou que a violência só se caracterizava por agressões físicas graves, até perceber que outros tipos de comportamentos abusivos também colocavam sua vida em risco.
“Eu achava que uma mulher só era agredida se levasse um soco no rosto ou se fosse espancada até precisar ir ao hospital. Eu não conseguia entender que o fato de meu marido jogar um celular no meu rosto — e por muita sorte não me atingir — já era violência”, contou a empresária.
De acordo com a advogada da empresária, Amanda Montenegro, o suspeito era sócio da loja de roupas administrada por Giuliana e controlava todos os gastos e recursos do negócio.
“Ele não permitia que ela tivesse acesso às contas bancárias, cartões de crédito ou débito. Ela também não podia acompanhar o saldo das contas, as transações de compra e venda de imóveis ou sequer realizar retiradas financeiras da própria loja”, afirmou ela.
Nos vídeos, Giuliana também relata que o ex-marido a humilhava constantemente e chegou a tentar deslegitimar suas denúncias ao tentar classificá-la como mentalmente instável. A situação se agravou após uma discussão relacionada ao pagamento de um fornecedor da loja, durante o período pós-cirúrgico da empresária.
“Eu fui cobrada por um prestador de serviço, que já estava tentando contato com meu marido há cerca de um mês. Quando fui conversar com ele, ainda me recuperava de uma cirurgia. Outras funcionárias também já tinham reclamado sobre atrasos. A partir disso, começou uma briga. Pedi para ficarmos em paz, mas ele insistiu, me provocou, querendo que eu perdesse a paciência para me filmar e me taxar de louca. Ele queria conseguir um laudo de insanidade mental contra mim”, relatou Giuliana.
Ela ainda contou que, em dezembro de 2024, Igor teria quebrado seu escritório enquanto a loja estava em pleno funcionamento. Colaboradores e clientes teriam ouvido os gritos, chutes e socos na porta. A empresária também revelou que a gerente da loja — parente do ex-marido — tentou disfarçar o ocorrido, alegando que se tratava apenas de uma obra.
Giuliana relatou ainda que Igor teria manifestado a intenção de interná-la e chegou a comentar sobre isso com uma amiga em comum, que posteriormente a avisou. Segundo ela, ele teria tentado apresentar um laudo psicológico falso para justificar a internação.