Bukele ofereceu a troca de 252 venezuelanos deportados dos Estados Unidos, atualmente detidos em El Salvador, por um número igual de presos políticos que se encontram sob custódia do governo da Venezuela.
O presidente salvadorenho, Nayib Bukele, fez uma proposta ao ditador venezuelano Nicolás Maduro. No último domingo (20), ele sugeriu um intercâmbio de prisioneiros.
Bukele ofereceu a troca de 252 venezuelanos deportados dos Estados Unidos, atualmente detidos em El Salvador, por um número igual de presos políticos que se encontram sob custódia do governo da Venezuela.
A iniciativa surgiu em meio a um contexto conturbado, após críticas do ex-presidente Donald Trump direcionadas aos juízes da Suprema Corte dos Estados Unidos.
A corte havia determinado, no sábado anterior, a suspensão das deportações que incluíam cidadãos venezuelanos, com base em uma legislação datada da época da guerra.
O governo de Bukele se destaca como um dos principais aliados de Trump em sua política rigorosa contra a imigração.
Nos últimos meses, El Salvador recebeu 288 deportados, sendo 252 deles oriundos da Venezuela, que estão atualmente em um complexo prisional de alta segurança.
“Proponho um acordo humanitário que permita a repatriação integral dos 252 venezuelanos deportados em troca da liberação do mesmo número de prisioneiros políticos que você mantém”, declarou Bukele através de uma mensagem na plataforma X.
O presidente enfatizou que os venezuelanos detidos foram capturados nos EUA como parte de uma operação contra gangues associadas ao Tren de Aragua.
Bukele diferenciou os casos, afirmando que muitos dos venezuelanos encarcerados em seu país estavam envolvidos em atividades criminosas graves, enquanto os prisioneiros políticos na Venezuela não cometeram delitos, mas foram encarcerados por se oporem ao regime de Maduro e suas práticas eleitorais fraudulentas.
Ele também antecipou que a proposta formal seria enviada pelo Ministério das Relações Exteriores salvadorenho.
Entre os nomes mencionados por Bukele para inclusão no acordo estão Rafael Tudares, genro do opositor Edmundo González, que venceu a eleição usurpada por Maduro.
Outra presa política citada é a defensora dos direitos humanos Rocío San Miguel, além dos opositores asilados na embaixada argentina em Caracas e cerca de 50 cidadãos de outras nacionalidades detidos.
Até o presente momento, o ditador da Venezuela não se manifestou sobre a proposta. Ele caracterizou os deportados como “sequestrados” e anunciou que está contratando um advogado para representar esses indivíduos em El Salvador.
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