Líder máximo do CLS e outros seis integrantes foram considerados culpados por formar organização criminosa.
A Justiça de Pernambuco condenou por organização criminosa a alta cúpula do Comando Litoral Sul (CLS), antes chamado de Trem Bala, facção que domina Porto de Galinhas, no Litoral pernambucano. Um dos sentenciados é Osnir Cândido Urbano, o “Osnir Cabeça”, considerado líder máximo do bando, que está detido em presídio federal.
Ao todo, sete integrantes do CLS, incluindo dois “gerentes”, receberam condenação no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Destes, três também foram considerados culpados pelo crime de lavagem de dinheiro. A sentença, obtida com exclusividade pelo Diario de Pernambuco, foi proferida na terça-feira (15).
Considerada a maior no Estado, a facção é envolvida em homicídios e disputas pelo tráfico de drogas e de armas. O grupo criminoso começou a operar a partir de Ipojuca, no Litoral Sul, se ramificou pelo Grande Recife e já registra atuação em Sergipe, Alagoas e Rio Grande do Norte.
Chefão do CLS, Osnir Cabeça era acusado de construir uma rede de fornecedores em outros estados e de ser o verdadeiro “dono” de toda a cocaína, maconha, skunk e crack vendidos ilegalmente pelo bando. Ele foi denunciado ainda por lavar dinheiro com joias, mansões e empresas de fachada.
Condenado pelos dois crimes, o líder recebeu pena total de 12 anos, 11 meses e 22 dias de prisão em regime fechado. Ele ainda pode recorrer da sentença.
Outros líderes
Com “liderança incontestável”, segundo a sentença, Pedro Paulo de Jesus Teixeira, o “Carioca”, e Emerson José da Silva, o “Surfista” ou “Messinho”, foram condenados a 4 anos, 5 meses e 20 dias de prisão em regime semiaberto. Ambos, no entanto, foram absolvidos da acusação de lavagem de dinheiro por falta de provas.
Segundo o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Carioca esteve envolvido em ordens de execuções e na expansão do número de bocas de fumo. Já Surfista, que é irmão de outro suspeito de liderar a facção, chegou até ao posto de número um do CLS nas ruas antes de ser preso no ano passado.
Fecham a lista de condenados Regival Alves da Silva, o “Val”; James Matheus da Silva, o “Cérebro”, além de Shirley Eugenia de Andrade e de Erica Eugenia de Andrade. As penas variam de 3 a 10 anos de prisão.
A sentença também determinou o perdimento de bens apreendidos durante a investigação.
Nesta semana, a facção foi alvo da Operação Kéfale, coordenada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em Pernambuco (FICCO/PE), que cumpriu 60 mandados de prisão preventiva e 49 de busca e apreensão.
Segundo a investigação, a estimativa é que o CLS tenha movimentado R$ 40 milhões nos últimos três anos.