O governo Trump alertou Pequim repetidamente sobre a atuação da Chang Guang Satellite Technology Co Ltd, um grupo comercial com vínculos com o Exército de Libertação Popular.
Uma empresa chinesa de satélites, ligada às forças armadas do país, tem fornecido imagens aos rebeldes houthis para mirar navios de guerra americanos e embarcações internacionais no Mar Vermelho, de acordo com autoridades americanas. As informações são do Financial Times.
O governo Trump alertou Pequim repetidamente de que a Chang Guang Satellite Technology Co Ltd, um grupo comercial com vínculos com o Exército de Libertação Popular, está fornecendo informações aos Houthis, segundo essas autoridades.
“Os Estados Unidos expressaram suas preocupações em particular diversas vezes ao governo chinês sobre o papel da Chang Guang Satellite Technology Co Ltd no apoio aos Houthis para que Pequim tomasse medidas”, disse um alto funcionário do Departamento de Estado.
Ele acrescentou ainda que a China havia “ignorado” as preocupações, também apontando ao Financial Times que as ações da CGSTL e o “apoio tácito de Pequim”, apesar dos avisos de Washington, eram “mais um exemplo das alegações vazias da China de apoiar a paz”.
“Instamos nossos parceiros a julgar o Partido Comunista Chinês e as empresas chinesas por suas ações, não por suas palavras vazias”, disse o funcionário.
A preocupação com o CGSTL surge em meio a um aprofundamento da guerra comercial entre Washington e Pequim, depois que o presidente Donald Trump impôs novas tarifas enormes sobre as importações da China.
Os houthis começaram a atacar embarcações no Mar Vermelho, uma rota marítima crucial para o comércio global e a Marinha dos EUA, depois que Israel lançou uma guerra contra o Hamas, outro grupo apoiado pelo Irã, em 2023, em resposta ao ataque do grupo militante palestino em 7 de outubro.
Os EUA intensificaram os ataques às posições do grupo rebelde no Iêmen nas últimas semanas, incluindo um grande ataque militar que foi alvo do vazamento do Signalgate e sinalizou uma escalada da campanha.
A China expressou preocupação com os ataques dos houthis. O governo Biden instou Pequim a usar sua influência com o Irã para conter os houthis — mas não viu evidências de que Pequim tenha feito isso.
Trump priorizou o combate à instabilidade do Mar Vermelho, em meio a preocupações de que os houthis continuem representando uma ameaça à economia global. “Pequim deve levar essa prioridade a sério ao considerar qualquer apoio futuro à CGSTL”, disse a autoridade americana.
Questionada sobre as alegações dos EUA sobre a empresa de satélites, a embaixada chinesa em Washington afirmou “desconhecer a situação relevante”.
(com agências internacionais)