Professor de direito americano defende que as políticas econômicas de Donald Trump podem aumentar salários, conter a dívida pública e reduzir o poder das elites burocráticas.
O professor de direito americano Glenn H. Reynolds publicou nesta segunda, 7, no New York Post, o artigo intitulado “A reviravolta econômica de Trump é um choque para o sistema – que pode valer a pena”.
Fundador do famoso blog político Instapundit, Reynolds apresenta um questionamento direto: e se as medidas econômicas do ex-presidente funcionarem?
A Casa Branca ainda não divulgou um documento único que detalhe seu plano econômico”, observa o autor, mas os movimentos já implementados e declarações de assessores revelam o caminho.
O objetivo principal é “aumentar os salários dos americanos da classe trabalhadora” – meta que justifica, entre outras coisas, o novo pacote de tarifas.
Segundo Reynolds, Trump quer “encorajar empresas a transferirem a manufatura para os Estados Unidos”, e o anúncio de novos investimentos após os planos tarifários seria um sinal dessa mudança.
“Mais de 70 países já procuraram a Casa Branca para discutir acordos de redução mútua de tarifas”, escreve, destacando a visita de Benjamin Netanyahu a Washington para negociar pessoalmente com Trump.
Outro pilar do plano é a repressão à imigração ilegal, medida que o autor associa diretamente à recuperação salarial dos trabalhadores americanos.
Reynolds cita Jared Bernstein, ex-assessor econômico de Joe Biden, que em 2008 escreveu: “Uma maneira infalível de reconectar a sorte dos trabalhadores… à economia em crescimento é permitir que o mercado de trabalho se aqueça. Um mercado de trabalho aquecido pressiona os empregadores a aumentarem as ofertas salariais para obter e manter os trabalhadores de que precisam”.
“Uma maneira igualmente infalível de interromper essa dinâmica útil”, continuava Bernstein, “é abrir a torneira da imigração toda vez que os salários de algum grupo começarem a subir”. Para Reynolds, é exatamente isso que a administração Biden fez.
Ele lembra que o Escritório de Orçamento do Congresso previu que a “onda migratória de Biden” pressionaria os salários para baixo por ao menos uma década.
Reynolds também afirma que Trump quer “facilitar a abertura, operação e expansão de negócios” ao reduzir regulações federais.
Isso tornaria mais fácil contratar trabalhadores legais, aumentaria o emprego e a arrecadação de impostos. A prorrogação dos cortes tributários de 2017, aprovada pelo Senado na semana anterior, também é apontada como benéfica para as famílias de baixa renda.
Outra prioridade de Trump seria “reduzir os gastos federais, os déficits e a dívida nacional”. O autor sustenta que as propostas tarifárias já estão surtindo efeito antes mesmo de serem implementadas, ao derrubar os juros dos títulos do Tesouro.
“Quanto menor a taxa de juros, menor o pagamento da dívida, e menos impostos ou cortes de programas serão necessários para controlar o orçamento”, escreve. “A nação estava correndo rapidamente em direção ao colapso financeiro.”
Essa queda nos juros também contribui para conter a inflação — acelerada, segundo Reynolds, pelos gastos do governo durante a pandemia e no governo Biden. A queda dos juros dos títulos do Tesouro tem puxado para baixo as taxas de hipoteca, o que “é um enorme alívio financeiro para as famílias trabalhadoras”.
O autor afirma ainda que Trump está “estrangulando o financiamento das elites políticas, acadêmicas, midiáticas e gerenciais do país”, ao desmontar redes de clientelismo sustentadas com verbas públicas e repassadas a ONGs e think tanks. “Ele está colocando em risco o prestígio e os empregos fajutos dessas elites, e os gritos deles estão apenas começando.”
Por fim, Reynolds defende que o objetivo de Trump é aumentar a responsabilidade democrática.
Ao enfraquecer o “governo invisível” de burocratas e organizações não eleitas, diz ele, o poder retorna a representantes eleitos – o que incomoda os adversários do presidente.
“Os protestos deste fim de semana foram reveladores: ao pedirem para o presidente eleito manter ‘as mãos longe’ do governo, eles estavam na verdade pedindo que os americanos comuns não interfiram nesta burocracia inchada e insensível.” Para Reynolds, o impacto do sucesso de Trump seria profundo.
“Veremos uma economia crescendo rapidamente, com mais empregos e melhores salários para os americanos, especialmente os da classe trabalhadora.” O orçamento se equilibraria. “A classe parasita de burocratas, acadêmicos, lobistas e afins terá muito menos influência.” E o dinheiro público deixaria de ser drenado para grupos improdutivos.
A razão do medo dos opositores de Trump, conclui Reynolds, é simples: “Eles não têm medo de que ele fracasse – têm medo de que ele tenha sucesso”.
Glenn Harlan Reynolds é professor de direito na Universidade do Tennessee e fundador do blog político Instapundit.com, um dos mais antigos e influentes dos Estados Unidos.
Especialista em direito constitucional, Reynolds é também autor de livros sobre política e tecnologia. Atua como colunista em veículos como o New York Post e a USA Today, e é conhecido por sua defesa de reformas institucionais e seu ceticismo em relação ao poder das burocracias.