Turquia entra em ebulição após prisão de rival de Erdogan; presos passam de mil.
Turquia entra em ebulição após prisão de rival de Erdogan; presos passam de mil.
24/03/2025 12h57
Por: RedaçãoFonte: Infomoney
Pessoas segurando bandeiras turcas participam de um protesto no dia em que o prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, foi preso como parte de uma investigação de corrupção, em Ancara, Turquia, em 23 de março de 2025. REUTERS/Cagla Gurdogan
Turquia entra em ebulição após prisão de rival de Erdogan; presos passam de mil.
Forças policiais detivera mais de 1.000 pessoas em protestos desde prisão do prefeito de Istambul, disse ministro.
Autoridades turcas detiveram 1.133 pessoas em toda a Turquia desde o início dos protestos, há cinco dias, contra a detenção do prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, disse o ministro do Interior, Ali Yerlikaya, nesta segunda-feira (24).
Apesar da proibição de reuniões nas ruas em muitas cidades, as manifestações contra o governo, em sua maioria pacíficas, continuaram pela quinta noite consecutiva no domingo, com a participação de centenas de milhares de pessoas.
Yerlikaya disse que 123 policiais haviam sido feridos durante os protestos até o momento, acrescentando que o governo não permitiria “o terror nas ruas”.
Policiais usam spray de pimenta em um manifestante vestindo roupas de dervixe, durante um protesto no dia em que o prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, foi preso como parte de uma investigação de corrupção, em Istambul, Turquia, 23 de março de 2025. REUTERS/Umit Bektas
Entre os detidos estão nove jornalistas que cobriam os protestos em várias cidades, informou o Sindicato dos Jornalistas da Turquia na segunda-feira.
Não ficou imediatamente claro por que os jornalistas foram detidos. Um fotógrafo da equipe da Agence France Presse (AFP) está entre os jornalistas detidos, disse o sindicato em um post no X.
O Partido Republicano do Povo (CHP), de Imamoglu, principal partido de oposição, tem convocado protestos contra a decisão judicial de prender o prefeito que eles classificam como politizada e antidemocrática.
Imamoglu chamou as acusações que enfrenta de “calúnias inimagináveis” e também convocou protestos em todo o país.
Erdogan disse na semana passada que o governo não aceitaria “a perturbação da ordem pública”. Seu governo nega que as investigações tenham motivação política e afirma que os tribunais são independentes.
Omer Celik, porta-voz do Partido AK, partido governista de Erdogan, disse na segunda-feira que a convocação do CHP para protestos tinha como objetivo encobrir as falhas da oposição.
“O protesto democrático é um direito (fundamental), mas a linguagem usada pelo CHP não é a linguagem do protesto democrático”, afirmou Celik.