Zelensky cobrou resposta mais firme dos aliados ocidentais.
Pelo menos três pessoas morreram, incluindo uma criança, e outras dez ficaram feridas em ataques de drones russos contra Kiev na noite de sábado, 22, segundo as autoridades ucranianas.
O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, e o chefe da administração militar da capital, Teymur Tkachenko, relataram múltiplas explosões durante a madrugada, que provocaram incêndios nos andares superiores de prédios residenciais. As sirenes soaram por mais de cinco horas.
Segundo a administração militar de Kiev, entre os mortos estão um pai e sua filha de 5 anos. Entre os feridos, a vítima mais jovem tem apenas 11 meses.
Drones russos atingiram vários distritos da capital. O escritório da promotoria de Kiev divulgou imagens de um prédio em chamas durante a noite. Já na cidade vizinha de Bucha, um ataque deixou dois feridos, segundo autoridades locais.
Após os ataques, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, cobrou uma resposta mais firme dos aliados ocidentais.
“São necessárias novas decisões e mais pressão sobre Moscou para pôr fim a esses ataques e a esta guerra”, afirmou nas redes sociais.
Zelensky também voltou a pedir mais sistemas de defesa aérea e um apoio “real” do Ocidente, enquanto a Rússia intensifica sua ofensiva contra alvos civis na Ucrânia.
Os bombardeios ocorreram um dia antes de negociações entre representantes dos Estados Unidos, Ucrânia e Rússia na Arábia Saudita, que buscam discutir um possível cessar-fogo e o fim dos ataques à infraestrutura energética.
Embora Moscou tenha prometido reduzir os ataques contra a infraestrutura energética ucraniana após conversas com Washington, os bombardeios contra alvos civis aumentaram nos últimos dias.
No sábado, a Rússia lançou vários drones sobre cidades ucranianas, incluindo Kharkiv, no leste do país.
A cidade industrial de Zaporíjia, no sudeste da Ucrânia, foi atingida por pelo menos quatro bombas, segundo o administrador militar local, Ivan Fedorov. O ataque causou incêndios e deixou vários vilarejos sem energia.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiga, condenou os ataques e afirmou que a Rússia “atira contra áreas residenciais e civis dormindo em suas casas”.
“O terror sistemático contra civis contradiz as declarações russas sobre paz e prejudica os esforços diplomáticos dos Estados Unidos e de outros parceiros”, disse.
O chefe do gabinete presidencial da Ucrânia, Andrii Yermak, reforçou as críticas.
“A Rússia não está cessando os ataques. Putin quer matar mais civis. Isso precisa ser interrompido”, afirmou em publicação no Telegram.
Em resposta aos bombardeios, a Ucrânia intensificou ataques contra infraestruturas militares e energéticas em solo russo. O Ministério da Defesa da Rússia afirmou ter derrubado 59 drones ucranianos durante a noite.
Na região russa de Rostov, um homem morreu após um drone atingir seu carro, segundo o governador local, Yuri Sliusar.
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