A força da inflação subjacente em fevereiro sugere que o Banco do Japão pode aumentar os juros em sua próxima reunião, em maio, disse um analista.
O núcleo da inflação do Japão atingiu 3,0% em fevereiro e um índice que elimina o efeito do combustível subiu no ritmo mais rápido em quase um ano, um sinal de ampliação da pressão dos preços que reforça as expectativas do mercado de novos aumentos na taxa de juros.
Os dados vieram na esteira do alerta do presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, feita após sua decisão de manter a taxa de juros na quarta-feira, de que o aumento dos custos dos alimentos e o crescimento mais forte do que o esperado dos salários poderiam elevar a inflação subjacente.
A expectativa em pesquisa da Reuters para o núcleo do índice de preços ao consumidor, que elimina o efeito dos custos voláteis dos alimentos frescos, era de uma lata de 2,9%. A leitura manteve o núcleo da inflação acima da meta de 2% do banco central pelo 35º mês consecutivo.
A inflação desacelerou em relação ao aumento de 3,2% registrado no mês anterior, devido, em grande parte, à retomada dos subsídios para reduzir os custos de combustível, segundo dados do governo divulgados na sexta-feira.
Um índice separado que exclui os efeitos dos custos de alimentos frescos e de combustível, observado de perto pelo Banco do Japão como um indicador mais amplo da tendência de preços, subiu 2,6% em fevereiro em relação ao ano anterior, depois de ter subido 2,5% em janeiro. Esse foi o aumento anual mais rápido desde março de 2024, quando teve alta de 2,9%.
“A força da inflação subjacente em fevereiro sugere que o Banco do Japão pode aumentar os juros em sua próxima reunião, em maio, mas ainda esperamos que a incerteza sobre o impacto das tarifas dos Estados Unidos adie um movimento para julho”, disse Marcel Thieliant, chefe da Capital Economics para Ásia-Pacífico.