O Governo do Ceará aderiu à iniciativa nesta sexta-feira (14) durante evento em Fortaleza
No Ceará, 75 escolas públicas foram selecionadas para receberem investimentos do programa federal Mais Ciência na Escola. Nesta sexta-feira (14), o Governo do Ceará oficializou a adesão à iniciativa em solenidade realizada no Palácio da Abolição, em Fortaleza, com as presenças da ministra Luciana Santos; da vice-governadora do Ceará, Jade Romero; da senadora Augusta Brito; secretários de Estado; prefeitos (as); entre outras autoridades.
Com foco na democratização da ciência, o programa é resultado de uma estratégia que integra os Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e da Educação (MEC).A perspectiva é beneficiar duas mil escolas em todo o País, com investimento de R$ 200 milhões.
O investimento no Ceará é de R$ 7,5 milhões. A ministra Luciana Santos destaca a parceria com o estado. “O Brasil precisa ir em diante, ainda mais o Ceará, que já alcançou patamares tão elevados de indicadores da educação básica no País. A inteligência produzida aqui é importante, tanto que o nosso presidente Lula decidiu trazer o ITA para o Ceará exatamente pela excelência que é produzida aqui na educação no estado. Uma inspiração para todo Brasil”, afirma.
Para isso, o programa dissemina o letramento digital e a educação científica na educação básica, por meio da implantação de laboratórios maker (ciência prática) nas escolas, acompanhados de planos de atividades, formação de professores e bolsas para professores e estudantes que conduzirão as atividades.
Também será promovida parceria entre escolas e instituições científicas, tecnológicas e de inovação com caráter de extensão. Além disso, o programa deve fortalecer os programas Escola em Tempo Integral e Estratégia Nacional Escolas Conectadas.
Para a vice-governadora Jade Romero, é fundamental potencializar a divulgação científica e formação de novos cientistas, com destaque para a participação de meninas e mulheres. “Pode ser o futuro no qual o filho do pobre pode entrar em Medicina, estudar em uma escola em tempo integral, com um laboratório maker, sonhando em ser um cientista e dar sua contribuição para a sociedade”, reforça.
As 75 escolas – 58 municipais e 17 estaduais – localizadas em 15 municípios: Fortaleza, Horizonte, Maracanaú, Itaitinga, Quixadá, Quixeramobim, Juazeiro do Norte, Solonópole, Ibicuitinga, Redenção, Mauriti, Maranguape, Baturité, Limoeiro do Norte e Ipaporanga.
As escolas cearenses selecionadas vão contar 75 professores que devem receber bolsas para conduzir a aplicação dos planos de atividades, e 750 alunos dessas mesmas escolas também com bolsas, para atuar como monitores.
Na expectativa de praticar mais ciência está a estudante Ana Heloísa Sousa Oliveira, de 13 anos, que cursa 8° ano do Ensino Fundamental em uma Escola Municipal localizada no Bom Jardim, em Fortaleza. “Vamos ter mais aulas práticas e poderemos usar mais instrumentos de ciências. Eu me interesso bastante por planetas, Astronomia”, diz.
Um dos critérios para a seleção das unidades de ensino compreende escolas com baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e com conexão estratégica com programas como o Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física (MNPEF) e o Ciência é 10.
Titular da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Sandra Monteiro destaca que os laboratórios makers são fundamentais para apoiar a criação de soluções sustentáveis para desafios reais da comunidade. “Não é só levar ciência para dentro das escolas. É levar problemas e soluções para situações reais, engajando jovens e crianças na produção científica”.
No Ceará, o projeto aprovado para a primeira fase foi submetido pela Universidade Estadual do Ceará (Uece), com articulação da Secitece junto ao MCTI. Há planejamento para uma segunda fase com o projeto da Universidade Federal do Ceará e uma terceira com o Instituto Federal do Ceará (IFCE).
O projeto da Uece é o “Lixo: Problema Global, Soluções Locais”, que traz uma abordagem inovadora ao transformar resíduos eletrônicos em ferramentas educativas para as 75 escolas públicas.
Esta fase será desenvolvida ao longo de dois anos com estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental e das 1ª e 2ª série do Ensino Médio. Ainda será aberto edital com o lançamento das bolsas.
“Vamos lançar o edital para selecionar esses alunos, pensando em 50% das bolsas para as meninas. Também serão 75 professores, um em cada escola, de acordo com os critérios que vão ser colocados no edital”, detalha o coordenador-geral do programa no Ceará e professor da Uece, Sérgio Gomes.
Com o uso da engenharia reversa e a cultura maker (mão na massa), alunos e professores terão acesso a experimentos interativos, robótica educacional e metodologias STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática). Um caminho para a aprendizagem ativa, letramento digital e consciência ambiental.
Com parcerias estratégicas, o projeto inclui coleta e reaproveitamento de lixo eletrônico, capacitação docente, feiras científicas preparando jovens para um futuro mais sustentável e inovador, enquanto reduz o impacto ambiental e amplia o letramento científico nas escolas.
A fase de implementação vai acontecer em parceria com a Universidade Regional do Cariri (Urca), a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), a Associação Brasileiras de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (ABREE), além de secretarias municipais e da secretaria estadual de educação (Seduc).