Ex-presidente ironizou a suposta celeridade do Supremo no agendamento da audiência que pode torná-lo réu.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ironizou nesta quinta-feira, 13, a decisão do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), de marcar o julgamento da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a trama golpista para O dia 25 de março deste mês.
Em publicação no X, Bolsonaro afirmou que “parece que o devido processo legal” no país “funciona na velocidade da luz” quando “o alvo está em primeiro lugar” nas pesquisas à presidenciais.
Parece que o devido processo legal, por aqui, funciona na velocidade da luz. Mas só quando o alvo está em primeiro lugar em todas as pesquisas de intenção de voto para Presidente da República nas eleições de 2026″, escreveu.
Na mesma postagem, o ex-presidente questionou a suposta lentidão do Poder Judiciário, que, segundo ele, é “o mais caro do mundo”, e ressaltou a rapidez no agendamento de sua audiência.
“Mas no Brasil, que tem a 30ª justiça mais lenta do mundo, segundo o Banco Mundial; o judiciário mais caro do mundo, segundo diversas fontes; que não está nem entre os 70 melhores no ranking global de Estado de Direito; e que só supera a Venezuela em imparcialidade… Mas nesse Brasil de índices que impressionam negativamente, um inquérito repleto de problemas e irregularidades contra mim e outras 33 pessoas está indo a julgamento em apenas 1 ano e 1 mês (de 8 de fevereiro de 2024 a 25 de março de 2025). É impressionante!“, acrescentou.
O presidente da 1ª Turma do STF, ministro Cristiano Zanin, agendou para 25 de março a sessão de julgamento da admissibilidade da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro por participar de um plano para se instaurar um golpe de Estado no país.
Como mostramos mais cedo, o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator da denúncia, pediu nesta quinta-feira lugar na pauta da 1ª Turma para julgar a admissibilidade do parecer de Paulo Gonet. A resposta veio menos de quatro horas após o pedido do magistrado.
Além do ex-presidente, fazem parte dessa primeira leva de denunciados o deputado federal Alexandre Ramagem, o almirante e ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o general da reserva e ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno, o tenente-coronel e o ex-ajudante de ordens da Presidência da República Mauro Cid, o general e ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o general da reserva e ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto
Em manifestação encaminhada na quarta, 12, ao STF, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, reafirmou o teor da denúncia apresentada contra o primeiro núcleo por participação no plano para ser dar um golpe de Estado no país.