Segundo o vice-presidente, o caminho não deve ser "olho por olho".
O vice-presidente, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quinta-feira, 13, que o governo federal deve buscar o diálogo com os Estados Unidos para discutir a redução das tarifas de 25% impostas às exportações brasileiras de aço e alumínio.
“Entendemos que o caminho não é olho por olho. Se fizer olho por olho vai ficar todo mundo cego. O caminho é ganha-ganha. Reciprocidade e buscar o diálogo”, disse.
Na avaliação de Alckmin, a medida do presidente americano, Donald Trump, não foi exclusiva aos produtos brasileiros.
“Foi uma medida geral, para todos. Não foi específica. Não entendemos equivocada, porque o Brasil não é problema na questão comercial dos Estados Unidos, que têm superávit comercial com o Brasil”, afirmou.
Segundo o vice-presidente, em oito itens exportados dos Estados Unidos para o Brasil a alíquota cobrada é zero.
Nesta sexta, 14, membros dos governos Lula e Trump conversarão sobre as tarifas.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo Lula não pretende retaliar as tarifas impostas.
“Não vamos proceder dessa forma seguindo as instruções do presidente”, disse Haddad a jornalistas.
Segundo o ministro, o país deve ter “grande calma” nas negociações.
“Já negociamos em condições mais desfavoráveis do que essas”, afirmou após conversa com representantes da indústria siderúrgica em Brasília.
Para Haddad, os EUA “só têm a perder” com as tarifas.
Na segunda-feira, 10, Trump oficializou as tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio.
Hoje estou simplificando nossas tarifas sobre aço e alumínio. São 25% sem exceções ou isenções”, disse no Salão Oval.
Além do Brasil, o Canadá e o México, que recentemente travaram batalhas sobre sanções com Trump, são os maiores exportadores dos produtos aos EUA.
O Instituto Aço Brasil, entidade que representa as empresas brasileiras produtoras de aço, afirmou que a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tarifar em 25% as importações de aço e o alumínio, “não será benéfica“ para os dois países.
De acordo com o instituto a parceria firmada por Trump e o Brasil, durante o seu primeiro mandato, garantia aos EUA a importação anual de significativa parcela do produto.
“Os Estados Unidos importaram, em 2024, 5,6 milhões de toneladas de placar por não dispor de oferta suficiente para a demanda do produto em seu mercado interno, das quais, 3,4 milhões de toneladas vieram do Brasil”, diz trecho.
Para o Aço Brasil, os Estados Unidos são o país beneficiado no acordo comercial, obtendo superávit médio de US$ 6 bilhões.
“Considerando, especificamente, o comércio dos principais itens da cadeia do aço– carvão, aço e máquinas e equipamentos – Estados Unidos e Brasil detêm uma corrente de comércio de US$ 7,6 bilhões, sendo os Estados Unidos superavitários em US$ 3 bilhões”.